o pássaro visitador
“Deus vai dar aval sim, o mal vai ter fim e no final assim calado eu
sei que vou ser coroado rei de mim” – M. Camelo – De onde vem a calma
Não estava certa quanto ao que era certo dizer, se o quarto estava
um pouco claro – ou se seria - devido à porta aberta o quarto estava claro. E
na tentativa inútil de tentar decifrar o que era certo fez um esforço danado,
receosa de que perdesse a esperança e o encanto, a Menina se rendeu.
A escuridão lambia as paredes e tomava os móveis do quarto onde à
menina dormia. Gostava de dormir mergulhada na escuridão que lhe espantava os
fantasmas noturnos.
Mas, naquela manhã de céu calmo, o vai e vem dos passos deixou a porta
entreaberta e foi por onde um fiozinho de luz encontrou espaço para tocar os
seus olhos.
Ela sonhava. Um sonho triste, confuso sobre geleias e aveias, sobre
desgostos e desesperanças. Foi no meio desse sonho, no instante em que a menina
tentava resgatar das mãos da morte os dedos do amigo que ainda possuía sonhos e
alguma coisa de vida, que a menina despertou – Entre aliviada e encantada.
Em um ruflar de asas, entrando pela luz entreaberta, um passarinho a
desejou bom dia! -, beijou-lhe a face e partiu.
- Você acredita?
A menina se sentiu tão honrada com a visita inesperada, que nas asas da
escrita contou para tantos quanto pôde o seu encanto, a sua fé.
- o mal vai ter fim. -
Comentários
Obrigada pelos comentários, Tati! Assim como o título do seu texto, você foi o meu pássaro visitador. :3
Beijão!
[]s