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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Dentro de casa

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Capítulo V – A missão - Preciso te entregar isso... - Me entregar? Você me conhece então, querida? - Sim... Mamãe! E eu sei há muito tempo que você mora aqui Na outra extremidade do jardim, a irmã, mantinha os olhos grudados nas duas, como quem assiste a um grande espetáculo. - E sabe o que mais? - A voz de Nana se torna levemente irritada - Eu não preciso de você, não preciso que cuide de mim, apenas preciso te entregar isto. - E colocou rispidamente a caixa entre as mãos da mãe, que perdera a serenidade do outro momento e se mostrava surpresa e emocionada. Nana, girou o corpo e começou a andar rapidamente em direção as cerejeiras, com a esperança de que a irmã, ainda a esperasse ali. Abraçou a única pessoa que te dera apoio por toda a sua vida, sua irmã querida, e as duas foram caminhando de mãos dadas para longe daquele lugar. Primeiro de Muitos – Por Clara Doce histeria e Tati Tosta [re]construções

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Capítulo IV – O Encontro Nana permaneceu deitada sobre a grama durante todo o resto da tarde, acabou adormecendo ali, misturando-se dentro de si suas ânsias e receios. Na viração do dia despertou com as mãos de uma senhora a afagar-lhe os cachos dos cabelos. Seu rosto tranquilo e seu sorriso suave transmitiam-lhe uma paz inumana. - Olá, minha querida, perdoe-me o atraso de tantos anos. Deixe-me cuidar de você. O que há na caixinha amarela que você não larga de nenhum jeito hein querida? Nana, ainda meio sonolenta sem se lembrar muito bem o que estava fazendo ali, sorriu com suavidade: - B-bem, é um segredo... - Eu tenho muitos segredos para lhe contar, amarelo é minha cor preferida. Nana ficou sem palavras, se sentia tímida sendo abordada assim tão espontâneamente. Levantou-se, arrumou o cabelo e a saia devagar, aprumou-se. Pegou a caixinha com certa hesitação e estendeu-a para a mulher. Primeiro de Muitos – Por Clara Doce histeria e Tati Tosta

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Capítulo III – A cúmplice Logo identificou a silhueta familiar vindo em sua direção. Sorriu por dentro, aliviada enquanto sua irmã - cúmplice se sentava ao seu lado: - Está tudo aí dentro? - Sim está! Mas não sei se devo, sabe. -Bem, é agora ou nunca... Deixe-me ver? - Abriu um pouco a tampa e espreitou pela fresta - Acho mesmo que seria importante fazermos hoje - continuou - Você não está cansada de esperar? - Acho que sim, estou cansada. Mas isso não justifica minha decisão - talvez, eu devesse esperar um pouco mais - Mirou as águas do lago mais uma vez, como quem observa uma cachoeira de imagens, lembranças. A irmã entortou o lábio em sinal de impaciência. Conhecia Nana muito bem para saber de sua teimosia irrefutável. Além do mais, percebeu que ela estava prestes a chorar. Pensou se deveria puxar assunto sobre as cerejeiras lindas daquele ano, ou se deveria ir embora. Levantou-se em silêncio, olhou as nuvens por um instante curto e por fim falou; -

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Capítulo II – A caixa - Aqui - cap. I A vida tão inundada de cores e sabores parecia que estava a lhe pregar peças. Já se passaram mais de 15 anos e ela ainda revive as mesmas cenas. Sem querer, ela começa a sonhar acordada e as lembranças tomam conta de sua mente e de seu coração. Uma tristeza pequena e persistente passa a coexistir naquele banquinho simples. Recortada pelas frestas do assento, a caixinha amarela que trouxera repousa tranquilamente na grama como que à espera de seu destino. Lança os olhos para longe das águas do lago, mantendo as pupilas encharcadas que insistem em vazar suas sensibilidades e emoções internas. Encara a caixinha amarela, como quem olha para um espelho – se vê. Riu-se da ironia, pois era ela a senhora do destino naquele dia. Talvez não fosse tão certa quanto ao destino que a caixinha merecia. Olhou mais uma vez para os marrecos e sorriu. Haveria de ter outras alternativas melhores do que as primeiras pensadas, talvez ela devesse esper