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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Quando a ausência toca

Entrou em silêncio, seu rosto envergonhado fez questão de mostrar toda a sua timidez. Manteve-se quieta e com os olhos baixos o máximo de tempo quanto pôde. Em passos semi-rápidos, dirigiu-se ao primeiro banco da segunda fila de assentos – queria ouvi-lo e observá-lo de perto aquela noite. Ouviu a música, sentiu algo forte lhe incomodar por dentro – Seu rosto, logo foi tomado pelas gotas de suor que lhe escorreram – Sentia náuseas. Suspirou tentando manter o fôlego e a consciência. Quando a música parou, ouviu-o dizer: - Gostaria muito de ficar sempre em sua companhia, mas não sou de momentos, não tenho parte com aqueles que não me querem por inteiro. Seus olhos se encheram d’água e olhando para trás o viu sumindo. Sentia vontade de lhe perguntar; - O senhor volta?– Mas algo lhe impedia - sua indecisão lhe impedia. Ele, entretanto, lhe conhecia por inteiro e voltando-se a fitou dizendo; - tu sabes onde estou, foste tu

Baixe os olhos não...

Todos os dias, ela despertava do sono de forma leve, estranha e boa – Havia dias é claro, em que as manhãs não eram doces, contudo nada do que era amargo, duravam todas as suas primeiras horas de raios de sol. Vezenquando   era tomada por um toque que vinha de dentro dela e sentia a necessidade de colocar pra fora deixando que escorresse de seus dedos, as palavrinhas que lhe faziam tão bem. Noutras vezes, acordava longe desse toque, não sentia as linhas, nem tampouco lhe chegavam as letras, contudo, mesmo assim, o desejo de escorrer-se em estrofes lhe impulsionava a querer que algo lhe aquecesse por dentro trazendo toda aquela sensação mágica de pertencer as palavras de volta. Nesses dias, sentava-se ao sol, quem sabe ele poderia lhe aquecer os miolos, trazer as inspirações, desejava lá no fundo, ser uma árvore, teria inspiração sempre – falaria de pássaros, dos ventos bons do outono e dos Ninhos das aves, suas cores, formas, seu canto. Na ca

Do que se era

  - deus vamos combinar uma coisa? - fala filha... ( um suspiro lento e um sorriso leve) - você manda uns ventos e eu molhos os lábios de saliva e fecho os olhos! - para que minha menina? - pra você me tocar pai...   - Pode fechar os olhos e esperar os ventos então filha... Estou indo Fechou os olhos, embebeu os lábios de saliva e foi sendo tocada pelo vento     "Confiamos em teu infinito amor, pois só tu és o Deus eternos sobre toda terra e céu"