Vozes, desejos e timbres
“[...], o que a gente não faz por amor [...]” Marisa Monte
Embaladas pela canção, iniciaram os afagos. Havia inúmeros
detalhes a serem observados no decorrer daquele dia, contudo, não houve planos.
Falaram-se desde o início dos ventos e um pouco de tudo foi
o assunto das horas, que escorreram por entre os dedos delas. Somente uma coisa
estava certa; elas queriam, visivelmente, descobrir-se a cada ponto de segundo,
mais.
Planos, estudo, trabalho, amores, casamento, filhos e sexo –
Sim, desenharam as pernas grossas e as mãos grandes dos homens que as atraiam,
não se esqueceram do delinear das coxas femininas, os seios e a língua –
Abertamente compartilharam seus desejos, não todos, mas poucos, que foram
suficientes pra se desvendar inúmeros segredos, que estarão, desde então, guardados dentro delas.
A menina dos cabelos encaracolados sussurrou suas ânsias, desejos
que foram escondidos de outrem até então. A outra, em contraponto, assumiu suas
vontades, suas expectativas, o gosto pela sinceridade e até pela vaidade
revestida dela.
Notou-se interesses comuns, outros tão distantes um do outro
que ficou aquela indefinida certeza de querer mais
.
.
.
Fez-se então silêncio e doutro lado, a voz deliciosa,
cochichou-lhe ao ouvido;
- Sua voz é doce...
Não, a doçura não vem dependurada no pescoço das pessoas e
nem tampouco as sutilezas do mundo. Quem diria que toda a safadeza e
sinceridade da Morena dos cabelos cacheados, lha fariam sorrir tão bobamente
hoje. Pode-se acertar que os olhos dela,
lha engoliriam as tristezas mais profundas.
Toda Boba, toda Boa!
(Sim)
"[..], Agora vem, prá perto vem, vem depressa, vem sem fim... Dentro de mim. Que eu quero sentir o teu corpo pesando, sobre o meu[...]" Marisa Monte
Comentários
E fiquei com a música na cabeça...
"me abraça devagar"
Tu descreve lindamente as sensações (: