Sina e Sombra


Em um dia nasço dúvida,
noutro, sou resposta!
E nessa sina sigo,
sendo resposta a tua dúvida
e indago à minha nota.’

Vasculho uma, duas, três, quase cem vezes.
Ele realmente arredou pé. Gostaria de saber onde está ao menos por agora.

Foi-se tão firme no passo, que nem rastro deixou para que eu, o encontra-se pelo olfato ou pelo fato dele ser mais descuidado do que eu.

Em sua ânsia e inquieta ambição nem pensou no quão só eu seria, o quanto careceria dele, de sua presença me deixando aturdida, me fazendo mais vagarosa do que de costume[embora eu muito, do natural, já seja].

Enfadada de caçar abrigo nos braços invisíveis de meu travesseiro, levantei-me pela 5° vez[talvez], e me dirigi com pesar até o lavabo. Desejava conseguir vomitar, mas não continha nada dentro pra cuspir e só meu corpo estremecia e gritava.

Tornei ao quarto quente e embebido do suor que se expelia de meus poros, rendi-me ao vago enlace e lancei-me ao sofá. Botei os sonhos do garoto Zezé do Vasconcelos entre as pernas e abri Daniel.

Devorei os quatro capítulos que decorreram, mas senti desejo por José Mauro e a triste figura de Zezé e seus encantos.
Trazendo-o mais perto abri no marco, espreitei os olhos e linha a linha foi consumindo e dominando.

Senti que ele iria topar comigo ali, me fazendo zonza, me deixando branda, mas coisa nula, o que veio foram lamúria. Maldito Vasconcelos porque é que foi que eu te escolhi?

E de tamanha dor, cativou-me ali até as últimas linhas,
já eram seis, e eu nem dormira.

Fiquei quietinha tentando chamar sua atenção pela beleza dos meus carneirinhos que pulavam a cerca junto com as lágrimas que a vista embaçava, mas ele, por hoje não veio foi nada.

Comentários

Tatine Tosta... que leveza tem seu escrever... ótimo!
Tati Tosta disse…
'leveza' que lindo teu comentário.... muito obrigada mesmo por doar de seu tempo com a leitura das minhas linhas...

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