Sobre juntar pedras
Fernando, tendo juntado todas as pedras que lhes haviam lançado contra o corpo, as depositou aos pés daquele a quem ele aprendera a docemente chamar de Pai. Arrependido por não conseguir fazer mais coisas boas; - confessava suas dificuldades ao seu Paizinho do céu.
Era o seu Deus Altíssimo
Miguel, sentado no último banco do templo, sentia seu coração sacudido e pequeno. Perguntava-se a todo o tempo;
- Como pode vir a ser isto? Ele que tinha nome de arcanjo, não conseguia sentir a presença e nem tampouco reconhecer com clareza a voz do ser supremo a quem denominavam Deus.
Olhava para Fernando, uma vida tão sofrida, acusado injustamente de tantas coisas e ainda assim, recolhia todas as afrontas e mentiras que lhes atiravam e as entregava com lágrimas à Deus.
Miguel sentia dores e inveja. Apesar do nome, não era nenhum pouco divino.
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