Das conversas mais sinceras


Pra onde quer que ela fosse seus olhos a acompanhavam. Observa-a enquanto caminhava vagarosamente pelas ruas – possuía um andar distraído e sempre mantinha os ombros e olhos baixos – tentando se esconder até de si mesma.

Quando ela o olhava de frente, encarando seus olhos apaixonados, cuidava de desviar logo o olhar – não suportava que ele estivesse tão perto – tão cuidadoso ele era – embora ela, não merecesse, aos seus próprios olhos, seus afetos.

Enquanto a olhava ele sorria se lembrando do dia em que a conheceu – seus olhos esvaíram toda tristeza que a havia tocado até ali, e então a alegria dele passou a ser a dela e a tristeza dela ele tirou.

Agora isso, a menina com os olhos tristes e ele cuidando dela de longe, permitindo que ela sempre saiba que ele está com ela – mesmo que de quando em vez, sua presença e amor sejam insuportáveis. Ela ainda gosta de ouvir sua voz. Sentir seu toque.




- Porque sempre eu não me conformo com você me amando tanto, não vê o que me vai por dentro? Não entendo tuas insistências. Quero estar perto, você sabe, mas ao mesmo passo, tenho medo do que podemos ser juntos.

- Me dá outra chance de não te decepcionar, por favor!


- Eu quero fazer isso, você está quase conseguindo tomar conta de tudo de novo, mas eu ainda tenho medo.


(suspiro e sorriso dele)



- Não vai embora ta, fica por aqui, mas não chegue muito perto, que às vezes os meus olhos doem.


- Estarei sempre aqui.



E ela fechou os olhos, sentindo o vento lhe beijar suavemente as maçãs do rosto. Adorava quando ele a mimava dessa forma. Sorriu se sentindo leve. Ele a conhecia.

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