Quando a ausência toca





Entrou em silêncio, seu rosto envergonhado fez questão de mostrar toda a sua timidez. Manteve-se quieta e com os olhos baixos o máximo de tempo quanto pôde.
Em passos semi-rápidos, dirigiu-se ao primeiro banco da segunda fila de assentos – queria ouvi-lo e observá-lo de perto aquela noite.



Ouviu a música, sentiu algo forte lhe incomodar por dentro – Seu rosto, logo foi tomado pelas gotas de suor que lhe escorreram – Sentia náuseas.


Suspirou tentando manter o fôlego e a consciência.


Quando a música parou, ouviu-o dizer:


- Gostaria muito de ficar sempre em sua companhia, mas não sou de momentos, não tenho parte com aqueles que não me querem por inteiro.



Seus olhos se encheram d’água e olhando para trás o viu sumindo.


Sentia vontade de lhe perguntar; - O senhor volta?– Mas algo lhe impedia - sua indecisão lhe impedia.


Ele, entretanto, lhe conhecia por inteiro e voltando-se a fitou dizendo;




- tu sabes onde estou, foste tu quem me deixaste. Retomes os caminhos, e eu estarei lá.





"Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrependa-te e volta a prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o seu candeeiro, caso não se arrependa" Ap. 2 : 4,5

Comentários

Fabiana C. disse…
Que bonito, Tati! Acho que não é fácil conceber algo por inteiro dentro da nossa vida, mas vale muito a pena desejar isto, pois são poucas as coisas capazes de nos completar de verdade.

^^
Carla Ribeiro disse…
Nossa.

Me arrepiei muuuuito lendo esse texto.
A verdade é que Ele realmente nos conhece por inteiro. A verdade é que, às vezes, vendemos as nossas promessas por momentos pequenos demais de alegria que acabam, que desvanecem. A verdade é que esquecemos que os planos dEle são maiores que os nossos.

"Quero me apaixonar por Ti outra vez, quero me entregar a Ti mais e mais, Senhor. Leva-me de volta ao meu primeiro amor."
Unknown disse…
Gente, que coisa mais linda e emocionante. A reflexão por trás dessa história é incrível. ^^
Deyse Batista disse…
Que bonito, moça! Me identifiquei muito com o rapaz da história. Definitivamente, esse é um texto que não simplesmente se lê, mas que se sente.
Beijos, Deyse.

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