Quando a ausência toca
Entrou em silêncio, seu rosto envergonhado fez questão de mostrar toda a sua timidez. Manteve-se quieta e com os olhos baixos o máximo de tempo quanto pôde. Em passos semi-rápidos, dirigiu-se ao primeiro banco da segunda fila de assentos – queria ouvi-lo e observá-lo de perto aquela noite. Ouviu a música, sentiu algo forte lhe incomodar por dentro – Seu rosto, logo foi tomado pelas gotas de suor que lhe escorreram – Sentia náuseas. Suspirou tentando manter o fôlego e a consciência. Quando a música parou, ouviu-o dizer: - Gostaria muito de ficar sempre em sua companhia, mas não sou de momentos, não tenho parte com aqueles que não me querem por inteiro. Seus olhos se encheram d’água e olhando para trás o viu sumindo. Sentia vontade de lhe perguntar; - O senhor volta?– Mas algo lhe impedia - sua indecisão lhe impedia. Ele, entretanto, lhe conhecia por inteiro e voltando-se a fitou dizendo; - tu sabes onde estou, foste tu ...