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A hipocrisia do Te amo, mas...

Sejamos francos, o 2º turno das eleições expõe o desejo ardente das pessoas em querer destruir o outro. Literalmente. O que eu mais vejo nas redes sociais, nos grupos que transito e etc., são pessoas que justificam votar em b0ls0n4r0 para defender Princípios e Valores, e traduzindo, significa a manutenção dos próprios direitos em detrimento a humanidade do outro. Constantemente fala-se de diversidade, inclusão, direitos humanos, ambientais e tantas coisas que precisam ser pautadas e discutidas na sociedade, a necessidade de laicidade do Estado, se expõe justamente nisso. Não se pode, ou ao menos, não se deveria, que a nação fosse governada com base em Princípios e Valores de apenas uma parcela da população, a laicidade do Estado é o que permite que os direitos de Todos e Todas sejam observados, considerados e garantidos. Quando se fala em Lula e sobre a manutenção da democracia, é sobre isso. Sobre garantir a Preservação do Meio ambiente A manutenção dos Direitos humanos A gar

Não somos, não seremos

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Se você está nessas redes sociais, há grandes chances de você ser cristão e grandes chances de ser homossexual. Em ambas as situações, eu gostaria de aproveitar as facilidades virtuais e abrir esse diálogo. Talvez você esteja aqui por ser um amigo, ou um familiar, o que me faz pensar que exista uma consideração e algum tipo de afeto nessa relação que construímos, e se é assim, você provavelmente conhece a Laiane e também tem algum respeito e consideração por ela, sobretudo, por quem ela é. Eu sou uma mulher cis lésbica, fui criada em uma família cristã, aprendi ao longo dos meus caminhos os preceitos da fé, experienciei o amor do divino, a sensação de acolhimento e aos poucos me distanciei do cristo institucionalizado. Por experiência própria, posso afirmar que a homossexualidade não está ligada a ausência de Deus, as relações familiares, ao conteúdo oferecido nas escolas, nem tampouco, possui qualquer conexão com os jogos infantis que rodeiam a criança em seus anos de desenvolvimen

03 de Janeiro 2018

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Em outros tempos, eu poderia dialogar sobre fé, sobre amor próprio, sobre companheirismo e até mesmo sobre as ervas daninhas que ajudam as plantas a se fortalecerem e desabrochar sua resistência... Mas hoje, escrevo sobre gratidão, amizade, companheirismo, fé... e sobretudo amor . . . Lembro-me dos primeiros medos, de perceber o corpo mudar e sentir que algo estava errado, das primeiras mudanças... de evacuar e sangrar... Lembro-me também de quem estava lá para enxugar as minhas lágrimas desesperadas... Recordo-me com clareza, das inúmeras vezes em que precisei interromper o estágio por não ser capaz de realizar os serviços... Recordo-me principalmente, de quem estava lá me aparando, me acalmando... É nítido em minha memória, todas as consultas médicas, os preparos para cada exame... O ir e vir para cada procedimento... Nítido também, é a lembrança de quem estava lá... Acordando-me para cada coleta, encorajando-me a cada exame, segurando a minha mão em cada consulta.

Você me bagunça

Até ontem, nos dias em que as rosas passaram distraídas, pude perceber nos pormenores das coisas, a beleza dos dias… Eu continuava sempre com a minha infinita pequenez a mirar a imensidão dentro dos detalhes que saltavam diante dos meus olhos diariamente… Havia tanto da vida pra ver… Tanto disso com o que se encantar… Apaixonei-me perdidamente algumas vezes, e em todas elas eu acreditei que finalmente o amor havia me chegado… Continuo com a máxima de que os sentimentos verdadeiros não mudam ou morrem, mas que assim como desistimos de ir há alguns lugares, por alguns caminhos… Também podemos desistir das pessoas, principalmente quando isso determina o nosso bem ou mau estar… Até ontem, nos dias em que as rosas passaram distraídas, eu me encantei por diversas delas… Rosas brancas, vermelhas, amarelas - As rosas distraídas, por sua vez… Espetaram-me… não perceberam que as minhas mãos eram de afeto e que eu não as arrancaria de seus galhos… espetaram-me… Até ontem… Até que

J

Ao som Ellen Oléria, Natural Luz Pensava nas flores que poderiam brotar de todas aquelas sementes que estavam guardadas dentro das pessoas e algumas folhas voariam com os ventos dos sentimentos bonitos de alguém também. Júlia pensava nisso de manhãzinha, enquanto no fogão a água era aquecida para passar o café, cujo cheiro tomaria conta dos seus sentidos, lhe dando o prazer de saborear as manhãs com aromas em tons escurecidos.    Doutro lado do tempo, as pessoas continuaram a guardar suas sementes de boas coisas e ao invés de fazer as manhãs florescerem, transformaram o dia amanhecido de Júlia em um acúmulo imenso nos olhos de sal e sangue, as ervas daninhas haviam tomado conta de tudo, o que ficara, era apenas dor e essa dor transformou Júlia em silêncio absoluto. Dentro ainda do tempo de esperanças mortas e esquecidas, inúmeras outras Júlia(s), continuam amanhecendo e tendo então de simplesmente Resistir. No som das manhãs que desabrocham doloridas no tecido de suas mem

Sonhos e pontes

Marina pensava no quanto de sal ainda precisaria comer com Ana, lembrava de ter lido ou ouvido da conversa de alguém que para se conhecer bem uma pessoa é necessário comer um quilo de sal com ela e desde então, toda vez que comia uma coxinha com Ana, Marina pensava em quantas gramas tinham nas pitadas de sal da receita, tentando desesperadamente encurtar o tempo, para poder enfim declarar; - Ana, eu lhe conheço, somos amigas inteiras! Ana, gostava dos olhos de Clarice, do jeito que ela movia os ombros para trás e balançava o sorriso depois de soltar a fumaça do cigarro que segurava cuidadosamente entre os dedos longos, Ana gostava dos detalhes que Clarice possuía, de seus trejeitos e dos sons engraçados do seu riso tímido. Dolores não gostava de ninguém, sentia os dedos doloridos sempre que pensava em afeto e como quase nunca pensava em nada, Dolores passava pela vida das pessoas com sua graça e frieza e ninguém quase nunca entendia nada das suas divagações e disparidades. Mas ela

Sê livre

Marieta pensava nas compras que faria todas as semanas na feira que se fazia na praça aos domingos, compraria frutas frescas, legumes de excelente qualidade e cuidadosamente levaria pra casa as especiarias de que a Amante gostava. Em sua memória, existia uma gaveta onde ela delicadamente cuidava de depositar os nomes das hortaliças e dos temperos preferidos de sua namorada. Marieta desejava sair da casa dos pais, e possuir uma casa, um apartamento, um canto que fosse seu, onde ela pudesse viver com Júlia, a namorada que estava ao seu lado havia pouco mais de um ano. Marieta a amava e sentia um ciúme imenso dela. Não a proibia de nada, dizia sempre, mas no fundo das suas rasuras internas, ela adoraria que Júlia não fizesse coisas que a aborrecia. “Vaidade, de vaidade, tudo é vaidade”, diz Eclesiastes no Velho testamento da bíblia cristã, - e o ciúme possessivo, o que é, senão, vaidade? Amor, Marieta descobriria com o tempo, nada tem haver com vaidade, com decorar os gostos da outra